sexta-feira, 24 de abril de 2015

Conheça histórias surpreendentes sobre imagem da Padroeira do Brasil

Jovem tentou fugir com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Escolha da cor da santa após restauração gerou impasse.




Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a padroeira do Brasil. Você vai conhecer agora histórias surpreendentes sobre a imagem da santinha encontrada no século XVIII por pescadores próximo do local onde foi construído o santuário em sua homenagem, no interior de São Paulo.
Ela é pequenina no tamanho, frágil na aparência, mas se tornou um dos maiores símbolos de devoção nacional. Tem uma cidade que leva seu nome e o maior santuário da Virgem Maria no mundo.
No Santuário Nacional de Aparecida, a imagem de Nossa Senhora fica na parte alta da igreja, protegida por vidros blindados.
Devotos de várias regiões do país, muitas vezes viajam dias seguidos nem que seja para passar alguns segundos diante dela.
A imagem da santa gira para uma capela reservada, mas só em ocasiões especiais. “Nós aqui celebramos a cerimônia do manto. Cada vez nós trocamos o manto. Nós fizemos uma proposta de dar um pedacinho do manto para os devotos de Nossa Senhora Aparecida que ajudaram a construir essa basílica e mantém as obras do Santuário Nacional”, diz Dom Darci Nicioli, bispo-auxiliar da Aparecida.
Aparecida foi encontrada por pescadores nas águas do Rio Paraíba do Sul, no interior de São Paulo, há quase 300 anos. A cabeça estava descolada do corpo. Mas foi em 1978 que ela sofreu um duro golpe.
A imagem original de Aparecida ficava ainda na basílica velha. Quando chegou à noite, os devotos vieram para mais uma missa. Só que, desta vez, entre eles, estava um rapaz de 19 anos que teria uma atitude assustadora.
Chovia muito e o jovem se aproveitou de uma queda de energia. Ele conseguiu pegar a imagem da santa e tentou fugir com o maior símbolo de fé dos brasileiros. Um dos guardas deteve o rapaz, mas o pior aconteceu.
A imagem foi restaurada no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Um trabalho minucioso para colar os mais de 200 cacos que não se encaixavam. A parte direita do rosto da santa teve de ser refeita.
Essas fotos mostram a imagem restaurada em comparação com a original. A de agora tem um rosto mais cheio e olhos menores.

A escolha da cor gerou um impasse entre a restauradora e o reitor do santuário, o padre Izidro. Ele queria uma cor mais clara. “E ele dizia assim para mim: ‘Essa cor não é original, porque em 47, em 50, foi mudada a cor. Então eu quero que a senhora mude a cor dela’. Eu falei: ‘Não vou mudar’”, conta a restauradora Maria Helena Chartuni.
Depois que a imagem voltou à Aparecida, Izidro continuava descontente com a restauração e ele tomou uma atitude inusitada: tirou a imagem do nicho do santuário e a levou para o convento onde morava.
Ele passou 28 dias e noites esculpindo com as unhas o olhar de Aparecida até sangrar os dedos. E aproveitou para pintar a santa de outra cor.
“Ele se achou no direito de colocar a coloração que ele achava que era a mais válida para imagem, que melhor correspondia a imagem antes do atentado que a havia destruído”, afirma o padre Victor Hugo Lapenta, coordenador de bens culturais de Aparecida.
Desde que Izidro deixou o cargo, a santinha voltou a ser negra.
Esmolas ou fortunas, tudo enchia os cofres da Igreja já nos tempos em que o país ainda era colônia de Portugal. Dom João VI tomou gosto pelo dinheiro da santa e raspava o cofre das ofertas para pagar as despesas pessoais.
Nossa Senhora Aparecida também foi saqueada por tesoureiros que roubavam sem qualquer dor na consciência.
“Houve muito abuso nesse sentido. De uso do cofre de Nossa Senhora para proveito próprio”, afirma Dom Darci Nicioli, bispo-auxiliar de Aparecida.
Apesar da farra com o dinheiro da santa, os desvios não diminuíram a fé dos católicos.
Se hoje ela tem um santuário e está sempre superprotegida, no passado essa história de devoção tinha um enredo bem diferente. A imagem de Nossa Senhora Aparecida, mesmo frágil, estava sempre próxima dos romeiros. E eles faziam questão desse contato.
Os romeiros vinham de longe e passavam a noite dentro da igreja. Quando os padres dormiam, eles tiravam a santa do altar e faziam procissões às escondidas.
As histórias que a gente contou estão no livro ‘Aparecida’, do correspondente da TV Globo no Oriente Médio, Rodrigo Alvarez.
Do encontro da santa no rio aos tempos de hoje, a fé continua fazendo devotos. E a Basílica de Aparecida recebe 12 milhões de pessoas por ano. 
No dia 12 de outubro, Dia da Padroeira, mais de 150 mil fiéis estiveram lá. São devotos que agradecem curas, milagres e graças à santa mãe dos brasileiros.
Fonte: Fantástico.com

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