sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Vaticano distribuiu 1,5 milhão de euros em ajudas em 2014


Cidade do Vaticano - O Vaticano anunciou que distribuiu ajudas de 1,5 milhão de euros em 2014, 25% a mais que no ano anterior, a refugiados, presos, estudantes estrangeiros, doentes, idosos e desabrigados.
O valor da ajuda a cada um costuma ser pequeno, já que o Vaticano quer que alcance o maior número de pessoas possível, explicou o monsenhor Diego Giovanni Ravelli, funcionário da Esmolaria Apostólica dirigida pelo polonês Konrad Krajewski.
Desde a eleição do Papa Francisco, se multiplicaram as iniciativas originais tanto na arrecadação - o pontífice colocou à venda presentes dados a ele por chefes de Estado - como na divisão das ajudas.
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Krajewski providenciou, por exemplo, a instalação de chuveiros gratuitos e de um cabeleireiro à sombra da colunata de Bernini, na praça de São Pedro, e distribuiu centenas de guarda-chuvas e sacos de dormir a pessoas desabrigadas.
Além disso, o Vaticano convidou há pouco tempo 150 pessoas sem teto à Capela Sistina, onde viram o papa Francisco.
O Vaticano organizou em 14 de maio, dia da Ascensão, um show beneficente na grande sala de Paulo VI.
A festa da Assunção celebra no dia 15 de agosto na religião católica a ascensão ao céu da Virgem Maria, a mãe de Jesus.
"Os ilustres hóspedes que ocuparão os lugares de honra nas primeiras fileiras, reservados habitualmente às personalidades, serão pobres de Roma" convidados por diversas organizações beneficentes, anunciou o monsenhor Ravelli.

Fonte: Revista Exame 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Jesus não foi à Marcha para Jesus

Bastaria dar uma olhada em alguns dos feitos e ditos de Jesus da forma como aparecem na Bíblia para imaginar que, se estivesse aqui, teria fugido da apoteótica marcha da quinta-feira, 04/05/2015, realizada em sua homenagem, na zona norte de São Paulo.
Teria fugido para se encontrar, na periferia da cidade, com a caravana de excluídos pelos evangélicos fundamentalistas, todos os diferentes e perseguidos pelos poderes conservadores, aqueles com os quais Jesus se entendia melhor do que com os sacerdotes e doutores do Templo.
A Marcha para Jesus tinha como título “Exaltando o Rei dos Reis”, e nela ouviram-se gritos, entre outros, contra a prostituição, as drogas e a novas famílias formadas por gays e lésbicas.
Brasil merece ser visto dentro e fora de suas fronteiras como um país tolerante e moderno sem essas obsessões contra os que praticam diferentes sexualidades
Na grande marcha para Jesus foram ouvidos os ecos da intolerância e indignação contra a liberadora publicidade da empresa O Boticário, na qual casais de homens e casais de mulheres trocam presentes com naturalidade e afeto e que alguns evangélicos tentaram obstruir legalmente.
A Bíblia está, entretanto, coalhada de histórias de amor entre pessoas do mesmo sexo, como os casos das mulheres Rute e Noemi, ou Davi e Jônatas. E até de Jesus com o discípulo João, que os evangelhos apresentam como um caso especial de amor. João era para Jesus o “amado” e “preferido”. E os apóstolos beijavam-se entre eles.
O pastor Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, anunciou que as imagens da Marcha para Jesus serão levadas a 170 países. Seu desejo é que Brasil não seja visto no exterior, entre outras coisas, como “o país das prostitutas”.
Na verdade, como o Brasil merece ser visto dentro e fora de suas fronteiras é como um país tolerante e moderno sem essas obsessões contra os que praticam diferentes sexualidades, que continuam sendo mortos, ou contra as prostitutas, as quais Jesus amava e defendia contra a hipocrisia dos fariseus, chegando a dizer que Deus as preferia a eles.
Não como um país que ainda pune como crime a liberdade da mulher de decidir sobre o fruto de seu ventre se assim exigir sua consciência.
Nem um país hipócrita sobre o consumo de drogas ou que ainda não foi capaz de legalizar a legitimidade de novas formas de famílias, querendo, como querem fazer algumas lideranças evangélicas, impor a toda a sociedade um só tipo de família tradicional com ações ditatoriais que lembram a trágica e assustadora posição política das chamadas repúblicas islâmicas.
Como oportunamente escreveu neste jornal minha colega Carla Jiménez, o que a democracia brasileira conquistada com tantas lutas e mortes não merece é que “a hipocrisia possa dominar o dia a dia cotidiano do país”.
O Brasil sempre foi visto por nós estrangeiros como um país acolhedor e tolerante em matéria de fé e costumes. Hoje é triste e preocupante que venham justamente dos templos os gritos de guerra contra os diferentes, contradizendo Isaías que profetizava a chegada de um Messias, não discriminador e intolerante, mas que abraçaria todas as raças e povos com suas próprias identidades: “Minha casa será chamada de casa de oração para todos os povos” (Is. 56).
Jesus teria fugido da marcha de quinta que pretendia apresenta-lo e consagrá-lo como “Rei dos Reis”, já que durante sua vida havia feito o mesmo quando a multidão, em busca de milagres, quis fazê-lo rei. O evangelista João conta o ocorrido: “As pessoas, ao verem o milagre feito por Jesus (o da multiplicação dos pães) dizia: 'Esse é o profeta que deve vir ao mundo'. E Jesus, percebendo que queriam levá-lo para consagrá-lo rei, retirou-se sozinho ao monte”.
Jesus nunca buscou o poder. Não o temia, mas também não o amava.
Como em vida, se os evangélicos desejassem coroá-lo novamente como rei dos reis, Jesus somente aceitaria sê-lo daqueles que alguns dos pastores de suas igrejas discriminam e humilham.
Se existe algo que é revelado com clareza pelos textos sagrados é que Jesus não suportava a hipocrisia dos homens da Igreja que se acreditavam na época, como muitos pastores e bispos, donos da verdade e até da vida e dos sentimentos das pessoas.
Em uma Marcha em homenagem a Jesus, melhor do que gritar contra as prostitutas, o aborto e contra a homossexualidade, ele seguramente teria preferido ler nos cartazes e palavras de ordem algumas frases de seu famoso discurso contra a hipocrisia, reunido pelo evangelista Mateus (23, 1 – 39), como essas:
- “Ai de vós, mestres da lei e fariseus hipócritas que limpais por fora o copo e o prato, mas por dentro estais cheios de ganância e cobiça!”.
- “Ai de vós que por fora pareceis justos diante dos homens, mas por dentro estais cheios de crimes!”.
- “Ai de vós, mestres da lei e fariseus, que descuidais do mais importante da lei como a justiça e a misericórdia”.
Uma das grandes afirmações de Jesus, na qual se inspiraram todas as igrejas cristãs, era a que dizia: “Quero misericórdia e não sacrifícios”.
Os teólogos da libertação, primeiro condenados pelo Vaticano e em fase de reabilitação pelo papa Francisco, sempre afirmaram que a grande revolução do Crucificado foi ter desviado o eixo da fé dos ritos à defesa da vida e da liberdade, do altar às ruas. E nas ruas, os preferidos daquele rei sem coroa e sem casa sempre foram os que ainda hoje continuam sendo os excluídos da sociedade.
Onde deveria estar Jesus na quinta-feira durante a marcha que quis colocá-lo de novo a coroa do rei dos bem-pensantes, os puros e os satisfeitos?


Fonte: Brasil.elpais

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu odiava a simples ideia de algum dia virar católico



A história de um evangélico batista que encontrou a plenitude da fé no catolicismo

No dia seguinte à quarta-feira de cinzas de 2012, eu liguei para a minha mãe do meu dormitório no Seminário Teológico Batista do Sul e contei a ela que estava pensando em me tornar católico.
“Você não vai se tornar católico, você só sabe que não é batista“, disse ela.
“Não, mãe, eu acho que não é só isso”.
Pausa. “Ah, meu Deus”, ela suspirou.
Eu comecei a chorar.
Não tenho como enfatizar o suficiente o quanto eu odiava a simples ideia de algum dia virar católico. Fui reticente até o último instante. Poucos dias antes de abandonar a Igreja batista, eu cheguei a enviar um sermão para um concurso; estava decorando o Salmo 119 para me convencer da “sola scriptura”; marcava reuniões com professores para ouvir os melhores argumentos contrários ao catolicismo; lia livros protestantes sobre o catolicismo, de propósito, em vez de livros de autores católicos.
Além disso, eu sabia que ia perder o subsídio para moradia e teria que devolver o valor da bolsa se abandonasse o seminário, sem falar da decepção para a minha família, amigos e para a dedicada comunidade da igreja.
Mas quando eu tentava estudar, desabava na cama. Tudo o que eu queria era gritar com o livro: “Quem disse?”.
Eu tinha vivido uma grande mudança de paradigma na minha maneira de pensar sobre a fé. E a questão da autoridade apostólica surgia mais forte do que nunca.
Mas vamos voltar alguns anos no tempo.
Eu cresci num lar protestante evangélico. Meu pai se tornou pastor quando eu estava na quarta série. Durante o ensino médio, eu me apaixonei por Jesus Cristo e pelo seu precioso Evangelho e decidi me tornar pastor também.
Foi nessa época que eu endureci a minha convicção de que a Igreja Católica Romana não seguia a Bíblia. Quando perguntei a um amigo pastor por que os católicos diziam que Maria permaneceu virgem depois do nascimento de Jesus, se a Bíblia diz claramente que Jesus teve “irmãos”, ele simplesmente fez uma careta: “Porque eles não leem a Bíblia”.
O livro “Don’t Waste Your Life” [Não desperdice a vida], de John Piper, me fez enxergar um chamamento ao trabalho missionário. Passei o verão seguinte evangelizando os católicos na Polônia.
Fiquei surpreso quando visitei os meus pais, depois disso, e encontrei um livro intitulado “Born Fundamentalist, Born Again Catholic” [Nascido fundamentalista, renascido católico] em cima da mesa do meu pai. Por que o meu pai estaria lendo uma coisa dessas? Fiquei curioso e, como não tinha trazido nada para ler em casa, dei uma olhada no livro.
As memórias de David Currie, que abandonou a sua formação e o seus ministérios evangélicos, foram desconfortáveis para mim. Sua defesa sem remorsos de doutrinas controversas sobre Maria e o papado eram chocantes; eu nunca tinha pensado seriamente que os católicos tivessem argumentos sensatos e embasados para defender essas crenças.
A presença do livro na mesa do meu pai foi explicada com mais detalhes alguns meses depois, quando ele me ligou e disse que estava retornando ao catolicismo da sua juventude. Minha resposta? “Mas você não pode simplesmente ser luterano ou algo assim?”. Eu me senti traído, indignado e furioso. Nos meses seguintes, servi como pastor de jovens na minha igreja local e, nos tempos livres, lia sobre o porquê de o catolicismo estar errado.
Foi quando encontrei um artigo que falava de uma “crise de identidade evangélica“. O autor pintava um retrato de jovens evangélicos crescendo num mundo pós-moderno, desejosos de encontrar as suas raízes na história e sedentos do testemunho motivador de quem permaneceu firme em Cristo durante épocas cambiantes e conturbadas. Mas, na minha experiência, a maioria das igrejas evangélicas não observava o calendário litúrgico, o credo dos Apóstolos nunca era mencionado, muitos cantos só foram escritos a partir de 1997 e, quando se contava algum relato sobre um herói da história da Igreja, invariavelmente se tratava de alguém posterior à Reforma. A maior parte da história cristã, portanto, passava em branco.
Pela primeira vez, eu entrei em pânico. Encontrei uma cópia do catecismo católico e comecei a folheá-lo, encontrando as doutrinas mais polêmicas e rindo das tolices da Igreja católica. Indulgências? Infalibilidade papal? Esses disparates, tão obviamente errados, me tranquilizaram no meu protestantismo. A missa me soava bonita e a ideia de uma Igreja visível e unificada era atraente, mas… à custa do Evangelho? Parecia óbvio que o demônio construía uma grande organização para afastar muita gente do céu.
Sacudi a maioria das minhas dúvidas e aproveitei o restante do meu tempo me divertindo com o grupo de jovens e compartilhando a minha fé com os alunos. Qualquer dúvida, resolvi, seria tratada no seminário.
Comecei as minhas aulas em janeiro, com a mesma emoção de um fanático roxo por futebol indo para a final da Copa do Mundo. As aulas eram fantásticas e eu pensei que tinha finalmente me livrado de todos aqueles problemas católicos.
Mas, poucas semanas depois, mais dúvidas me assaltaram. Estávamos estudando as disciplinas espirituais, como a oração e o jejum, e eu fiquei cismado com a frequência com que o professor pulava de São Paulo para Martinho Lutero ou Jonathan Edwards ao descrever vidas admiráveis ​​de piedade. Será possível que não aconteceu nada que valesse a pena nos primeiros 1500 anos do cristianismo? Este salto na história continuaria me incomodando em muitas outras aulas e leituras propostas. A maior parte da história da Igreja anterior à Reforma era simplesmente ignorada.
Eu logo descobri que tinha menos em comum com os padres da Igreja primitiva do que eu pensava. Diferentemente da maioria dos cristãos na história, a comunhão sempre tinha sido, para mim, apenas um pouco de pão e suco de uva ocasionais e o batismo só me parecia importante depois que alguém tinha sido “salvo”. Esses pontos de vista não apenas contradiziam grande parte da história da Igreja, mas, cada vez mais, evocavam passagens desconfortáveis da Bíblia que eu sempre tinha desdenhado (João 6, Romanos 6, etc.).
Outras perguntas que eu tinha enterrado começaram a reaparecer, mais ferozes, exigindo uma resposta. De onde foi que veio a Bíblia? Por que a Bíblia não se autoproclamava “suficiente”? As respostas protestantes, que tinham me bastado no passado, já não eram satisfatórias.
Foi lançado nesse tempo um vídeo viral de Jefferson Bethke no YouTube, “Por que eu odeio a religião, mas amo Jesus”. O jovem tinha boas intenções, mas, para mim, ele apenas validava o que o Wall Street Journal tinha chamado de “perigosa anarquia teológica dos jovens evangélicos”, tentando separar Jesus da religião e perdendo muito no processo.
O ponto de inflexão foi a quarta-feira de cinzas. Uma igreja batista em Louisville realizou uma cerimônia matutina e muitos estudantes compareceram às aulas com as cinzas ainda na testa. Na capela, naquela tarde, um professor famoso pelo empenho apologético anticatólico expôs a beleza dessa tradição milenar.
Depois disso, eu perguntei a um amigo do seminário por que a maioria dos evangélicos tinha rejeitado essa linda tradição. Ele respondeu com alguma coisa sobre fariseus e “tradições meramente humanas”.
Eu balancei a cabeça. “Não, eu não consigo mais”.
A minha resistência ao catolicismo começou a se desvanecer. Eu me sentia atraído pelos sacramentos, pelos sacramentais, pelas manifestações físicas da graça de Deus, pela Igreja una, santa, católica e apostólica. Não havia mais como negar.
Foi no dia seguinte que eu liguei para a minha mãe e contei a ela que estava pensando em me tornar católico.
Faltei às aulas da sexta-feira. Fui para a biblioteca do seminário e olhei os livros que eu tinha me proibido de olhar, como o catecismo e os últimos textos do papa Bento XVI. Eu me sentia como se estivesse vendo pornografia. No sábado, fui à missa das cinco da tarde. O grandioso crucifixo da igreja me fez lembrar de quando eu considerava os crucifixos um prova de que os católicos não tinham mesmo entendido a ressurreição.
Mas desta vez eu vi o crucifixo de modo diferente e comecei a chorar. “Jesus, meu Salvador sofredor, Tu estás aqui!”.
A paz tomou conta de mim até a terça-feira, quando a realidade me atropelou. Fico ou vou? Fiz vários telefonemas em pânico: “Eu literalmente não tenho ideia do que eu vou fazer amanhã de manhã”.
Na quarta-feira de manhã, eu acordei, abri meu laptop e digitei “77 razões pelas quais estou deixando de ser evangélico”. A lista incluía coisas como a “sola scriptura”, a justificação, a autoridade, a Eucaristia, a história, a beleza e a continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento. Os títulos e os parágrafos fluíam dos meus dedos como a fúria das águas que explodem uma represa secular.
Poucas horas depois, em 29 de fevereiro de 2012, eu saí de Louisville para evitar confundir mais alguém e esperando que eu próprio não estivesse cometendo um erro.
Os meses seguintes foram dolorosos. Mais do que qualquer outra coisa, eu me sentia envergonhado e na defensiva, indagando de mim mesmo como é que a minha identidade e o meu plano de carreira tinham se deixado abalar tão rapidamente. Mesmo assim, eu entrei para a Igreja no dia de Pentecostes com o apoio da minha família e comecei a procurar trabalho.
Muita coisa mudou desde então. Eu conheci Jackie no site CatholicMatch.com naquele mesmo junho. Casei com ela um ano depois e comemoramos o nascimento da nossa filha Evelyn em 3 de março de 2014. Vivemos agora no Estado de Indiana e eu estou feliz no meu novo trabalho.
Ainda sou novato nesta jornada católica. Para todos os que ainda se questionam, eu posso dizer que o meu relacionamento com Deus só tem se aprofundado e fortalecido. Enquanto vou me envolvendo com a paróquia, me vejo muito grato pelo amor à evangelização e à Bíblia que aprendi no protestantismo.
Não acho que eu tenha abandonado a minha fé anterior, mas sim que eu consegui preencher as suas lacunas. Hoje eu dou graças a Deus por ter recebido a plenitude da fé católica.

Fonte: Aleteia

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Cresce fé dos católicos na Indonésia

ROMA, Zenit - O Pe. Giuseppe Buono é um missionário do PIME (Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras) que desempenhou o cargo de secretário nacional da Obra Pontifícia da Infância Missionária, secretário nacional da União Pontifícia Missionária do clero, religiosos e religiosas, fundador do Movimento Juvenil das Pontifícias Obras Missionárias (POM), fundador da Comunidade Missionária João Paulo II, além de ter sido também superior geral do PIME, docente de Missiologia nas faculdades pontifícias teológicas na Itália e no exterior e atualmente é visitador das missões de todos os continentes.
Nesta entrevista concedida a ZENIT, ele relata uma das suas viagens à Indonésia.
A Indonésia é um arquipélago gigantesco, com mais de 13 mil ilhas, com grandes diferenças humanas e naturais. É a fronteira entre a Ásia e a Oceania – Austrália e a quarta nação mais populosa do mundo, com mais de 230 milhões de habitantes. Conta com 128 vulcões ativos, 12 deles somente em Java.
Grande parte da população vive nas cinco ilhas maiores. A capital é Jacarta, com mais de 12 milhões de habitantes. A maioria da população é de religião islâmico-sunita; na ilha de Bali, a religião majoritária é o hinduísmo. Os católicos são somente 3% da população, sendo mais numerosos os cristãos protestantes.
ZENIT: Quais são as razões desta visita?
Padre Buono: Estive na Indonésia  para uma série de encontros programados pela Comunidade Missionária João Paulo II, fundada por mim em 1995 e dirigida por Yohana Halimah, que trabalha na Direção Nacional das POM. O diretor nacional destas, Pe. Romanus Harjito, nos acolheu e escreveu o prefácio da tradução indonésia do livro sobre o magistério mariano-missionário de João Paulo II. Outro organizador muito importante foi o Pe. Giustino, um jovem sacerdote de Jacarta, que se licenciou em teologia em Roma e que é fundador de um movimento pró-vida, muito ativo e envolvido. Comigo estavam cinco amigos, a quem convidei para compartilhar esta experiência de graça missionária.
ZENIT: A Indonésia é grande. Quais foram as etapas da visita e das atividades?
Padre Buono: As etapas da experiência missionária foram: Jacarta, a capital ultramoderna, Yogyakarta (Java), a ilha que muitas vezes sofre erupções vulcânicas, terremotos e tsunamis, e Bali, a pérola do arquipélago indonésio. Em Jacarta, houve encontros e celebrações na belíssima igreja de St. Yakobus, depois no santuário de Nossa Senhora de Fátima, em São José Matraman, na comunidade dos Missionários Xaverianos, na paróquia de São Boaventura, em Pulomas, e na sede da conferência episcopal nacional.
Em Java, os encontros se deram no santuário mariano de Jatiningsih, onde participamos também das celebrações da festa nacional da independência da Indonésia, depois na Casa de Espiritualidade Wisma Pojok e na igreja da Sagrada Família. Em Bali, as celebrações e as reuniões foram realizadas na catedral, na sede dos Missionários Verbitas, muito presentes e ativos na ilha, na paróquia de São José.
Eu já havia estado na Indonésia há dois anos, em agosto de 2009, e fiquei impressionado pela fé pura dos católicos indonésios, mas o que o Senhor nos ofereceu desta vez foi um espetáculo, comovente, de uma fé heroica, porque se vive entre uma maioria muçulmana sunita, entre milhares de minaretes de Jacarta, que cantam versos do Alcorão das quatro da manhã até o pôr do sol... Uma fé que se expressa na alegria de rezar, de ser úteis aos outros, acolhedores, disponíveis, unidos.
ZENIT: É verdade que há uma grande devoção a Maria?
Padre Buono: A particularidade da experiência vivida desta vez foi marcada por uma impressionante fé em Maria, venerada com estátuas belíssimas, sobretudo com a reprodução da gruta de Lourdes, que se encontra na entrada de quase todas as igrejas que visitamos. Ver os católicos indonésios rezarem na frente das estátuas de Nossa Senhora, quase absortos, com os olhos fechados e as mãos unidas, convida verdadeiramente a revisar certas formas de devoção nas nossas igrejas e nas nossas casas de cristãos...
ZENIT: Também o Beato João Paulo II parece gozar de grande popularidade...
Padre Buono: Isso me chamou muito a atenção. Nos encontros sobre ele, advertia-se quase a presença física do grande Papa polonês que visitou a Indonésia em 1989, em seu incansável caminho para levar o Evangelho a todos os homens. Quando se falava de João Paulo II, os olhos dos católicos se iluminavam, os corações vibravam de amor, as mãos aplaudiam constantemente. Pude palpar e sentir com o coração o quanto amam João Paulo II; até essas ilhas distantes, com quase a totalidade da população sendo muçulmana, vibram com um sentimento de devoção a ele. Meu livro sobre ele – “Com Maria pelos caminhos do mundo” –, traduzido ao indonésio e do qual foram impressas duas mil cópias, esgotou-se em poucos dias.
A última visita antes de deixar a Indonésia foi ao diretor das POM, Pe. Romanus Harjito, e, naturalmente, ao núncio apostólico, Dom Antonio Guido Filipazzi, que está na Indonésia há apenas três meses.

Fonte: ZENIT 

Pai e filho serão ordenados sacerdotes nos Estados Unidos

WALSINGHAM - Em um acontecimento pouco comum na  Igreja  Católica, pai e filho serão ordenados sacerdotes nos Estados Unidos....