sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Grupo de católicos cariocas acredita que Jesus também é surfista

Os jovens gostam do mar. Não perdem um dia bonito de sol, rezam e vivem a sua fé antes de praticar esportes radicais na praia.




Rio de Janeiro. Sol, praia, surf. Uma juventude embalada no agito, com muita vibração.
Será que tanta adrenalina combina com uma vida religiosa? Jovens católicos acreditam que as festas e os esportes podem ser um caminho para chegar a Deus.
“Na casa do Senhor somos muito felizes”, diz a estudante Taísa Santos da Silva.
Envolvidos pela musica eletrônica, pelo rock ou ate mesmo pelo funk, muitos desses jovens acabam se aproximando da igreja
A primeira vista parece um show como outro qualquer. A diferença está nos detalhes: não tem bebida alcoólica, cigarros, nem drogas. Os jovens não estão lá só para se divertir. Eles cantam e dançam em louvor.
Em uma casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o som fica sempre nas alturas. O DJ Juninho e a VJ Ingrid de Moraes fazem a seleção de músicas para a próxima festa. No repertório cabem todos os estilos e ritmos, desde que a letra não ofenda os valores cristãos.
“A gente toca forró, axé, pagode e samba. A gente 0agrada todos os gostos”, conta a analista ambiental Ingrid.
Também gostam de funk, mas só do permitido.
“O funk pode ser tocado? Claro que pode, mas depende da forma com que ele é dançado”, explica o vendedor Vicente Gonçalves Junior.
O jovem casal faz parte da pastoral noturna, lidera um grupo de evangelização. Eles viraram ministros da música eletrônica. “Quando eu estou na pick-up, não sou eu, é Deus que está ali agindo em mim, é essa a ideia”, conta Vicente.
A receita deles é mixar o lado bom da vida e a fé. “Nossa overdose é de Jesus, não tem outra overdose”, diz Vicente.
Nas areias da Barra da Tijuca, o grupo "Surfistas com Maria" também prega a comunhão da fé com a diversão. O símbolo estampado no peito mistura a manobra do surf e a opção religiosa do designer Igor Cavalcante Cassar.
“São os pés chagados de Jesus fazendo um hang ten. Hang ten é uma manobra que tem no longboard, que você põe os dez dedos para fora da prancha. Que seria no bico da prancha. A ideia aqui é mostrar que Jesus também é surfista. Jesus também está aqui com a gente. Está aqui confraternizando este momento”, explica Igor.
O grupo transforma a praia em uma espécie de altar.
“Obrigada por essa praia, Senhor. Agradecemos ao Senhor e pedimos que cada onda surfada seja um louvor, um agradecimento a ti”, reza uma jovem.

Os jovens gostam do mar. Não perdem um dia bonito de sol, rezam e vivem a sua fé antes de praticar esportes radicais na praia. Leigos e fiéis da Igreja se divertem, namoram e asseguram que procuram respeitar os mandamentos. O sexo é proibido antes do casamento.
“A castidade é um dos mandamentos que a gente tem e é crucial. Apesar de ser difícil dia após dia, esse desafio faz parte da nossa motivação enquanto cristão, enquanto jovem”, explica a estudante Christine Nogueira dos Reis.
O encontro a beira-mar é também uma maneira de homenagear um amigo morto, que serviu de exemplo e inspiração para o grupo. Guido Shaffer tinha 34 anos. Vivia entre as ondas, a medicina e o seminário.
“Ele falava de Deus assim com tanto amor e do sim a cada coisa que a Igreja coloca para a gente com tanto amor, que a gente falava ‘caramba, é isso!’”, conta a publicitária Ana Luisa Rabelo.

Guido Shaffer morreu quando surfava. Deixou a imagem do jovem que gostava de esportes e da natureza. Dentro do mar com os amigos, ele se sentia mais perto de Deus.
“Ele falava de Deus com tanto amor. E do ‘sim’ a cada coisa que a igreja coloca para a gente com tanto amor, que a gente olhava e falava: ‘caramba. É isso’”, conta a publicitária Ana Luisa Rabelo.
A morte dele provocou uma enorme comoção. O túmulo virou ponto de visitação, onde gente que o conheceu deixa mensagens de agradecimento por graças alcançadas. Foram tantos relatos que a arquidiocese do Rio de Janeiro se interessou em investigar a trajetória de Guido.
“O Guido era um sujeito tão tranquilo, chamaria do São Francisco dos dias de hoje, porque ele dava um abraço, as pessoas ficavam serenas, tranquilas. Ele tinha esse lado, ele sabia pacificar os corações”, comenta o Delegado Episcopal Causa dos Santos, Dom Roberto Lopes.

A mãe de Guido, dona Nazaré, guarda cartas de pessoas agradecidas pelo trabalho voluntário do médico em comunidades carentes do Rio. “Ele queria ser como São Francisco foi, inclusive houve uma época que ele começou a chegar em casa um dia sem camisa, um dia sem sapato, a principio eu pensava que ele tinha sido assaltado. Ele dizia: ‘Não mamãe é que eu encontrei um pobre na rua e não tinha mais o que dar então dei minha camisa’. Eu falava: ‘Você vai ficar sem roupa porque eu não vou mais te dar’. Ele dizia: ‘Se você tiver coragem...’”, conta Nazaré Shaffer.
Os objetos do Guido estão espalhados pela casa, ao lado da imagem de Jesus tem uma fotografia dele e tem a Nossa Senhora do Carmo. Essa imagem traz lembranças muito especiais para dona Nazaré. “Pois é, a lembrança dos momentos de oração do Guido com Nossa Senhora. Ele tinha muita devoção à Maria, rezava diariamente o terço e fazia também o oficio da Imaculada Conceição”, afirma a mãe de Guido.
Faltava apenas um ano para que ele fosse ordenado padre. E a mãe guarda a pasta e os instrumentos de trabalho. Coloca sobre a cama objetos pessoais como a batina e as bermudas que Guido mais gostava. “A Igreja pediu para que eu conservasse tudo porque se um dia ele for declarado beato tudo isso vai ser relíquia, vai fazer parte da historia dele. Então nós guardamos a pasta dele, tudo o que eu queria doar, eles pediram para guardar”, diz Nazaré.
Dona Nazaré conta que Guido, como todo jovem, chegou a dar preocupação: “Uma vez ele me disse: ‘Mamãe um colega de surfe me ofereceu um cigarro de maconha, eu fumei’. Eu comecei a chorar porque sou muito mole, né? Ele disse: ‘Mas não chore não, porque eu não gostei’. Ele experimentou, como todo jovem, pela curiosidade, mas ele nunca se deixou prender por nenhum vicio”, ressalta.

Na balada, os jovens também procuram ficar longe dos vícios. Às 22h é hora do DJ Juninho assumir o comando das pick-ups. Agora a festa vai virar discoteca.
A multidão acompanha a coreografia. A música alta não atrapalha o louvor dos fiéis. “Tem momentos de reflexão, de falar com Jesus e com Nossa Senhora”, conta uma jovem.
Dom Roberto vê com bons olhos a música e os esportes. “O próprio papa João Paulo II, ele era um padre, um bispo, um Papa, mas mesmo como Papa, quantas vezes ele foi esquiar. Ele amava as montanhas”, diz.
A igreja busca novos modelos para a juventude. E Dom Roberto conta que o processo de beatificação de Guido deve ser aberto em maio de 2014, cinco anos depois da morte dele.
“Tudo isso, depois ainda é um longo caminho a percorrer. Em primeiro lugar nós temos que ouvir as pessoas, temos que nos certificar realmente de todas as suas virtudes e das suas qualidades, da maneira como ele agia”, afirma.
Globo Repórter: o Brasil poderá ter um beato ou quem sabe até um santo surfista?
Dom Roberto: Eu torço inclusive porque fui jovem. Onde também amei profundamente o surf. Para nós seria o grande patrono, a figura, se um dia o Guido chegar à beatificação ele seria um grande modelo com certeza.
Fonte:Globo.com

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Voluntários levam palavras de fé e esperança às comunidades ribeirinhas da Ilha de Marajó

Um labirinto de rios emoldurado pela floresta. Uma paisagem exuberante que parece não ter fim.
Vários dias navegando para chegar às comunidades ribeirinhas mais distantes de Marajó. Não é uma simples aventura, mas uma opção de vida de jovens católicos que deixaram família, trabalho, namoradas para dedicar os melhores anos da juventude à causa da fé.


A equipe do Globo Repórter foi ao sudeste da Ilha de Marajó. Viajou com cinco integrantes e dois voluntários da Missão Marajó, obra da Renovação Carismática Católica. A missão: levar palavras de fé e esperança às pessoas que moram longe de tudo.
A equipe navegou horas sem avistar nenhuma outra embarcação. Só mata, céu e água. Diariamente vem a chuva. Parece que estamos em uma terra virgem. Mas esse pedaço do Brasil é cheio de história.
É o mesmo caminho percorrido pelos primeiros missionários portugueses nessa região selvagem e perigosa. Quase quatro séculos depois, o grupo mantém a tradição da igreja que sempre busca novos fiéis na floresta.
De vez em quando surgem na margem pequenas casas de palafitas. Lá os caboclos vivem da pesca, da caça e da troca de mercadorias. Boa parte da rotina é dentro das águas do rio.
A equipe do programa troca o barco Novo Pentecostes por uma embarcação menor, conhecida no Marajó como rabeta. A missão vai visitar um casal de idosos. Seu Francisco e dona Gertrudes.
Na casa com pouco espaço, mal cabe o grupo todo. Mas na janela cabe uma vista infinita. Seu Francisco tem 98 anos. Dona Gertrudes é um ano mais nova. Casados há 70 anos, eles tiveram dez filhos à beira do rio. Mas vivem sozinhos.
Diariamente remam a pequena canoa para visitar os filhos e netos que moram por ali. Esbanjam saúde e vitalidade.
Globo Repórter: Como o senhor conseguiu chegar assim aos 98 anos?
Francisco: Fui criado com bons elementos. Filho de agora não chega isso. Ele é criado com camarãozinho, peixinho. Não tem como. Eu não. Papai me criou com alimentos fortes. É por isso que estou assim.
Globo Repórter: Que tipo de alimento?
Francisco: Carne de veado, de boi, paca, tatu. Essas coisas do mato. Quando não é a doença grave, Deus cura aqui mesmo, dentro da casa.
Eles têm fé no Deus e na eucaristia. Mas já faz tempo, dez anos, que não recebem a hóstia consagrada.
Os missionários foram com autorização especial do bispo do Marajó para fazer a celebração.
Missão cumprida. Mas os desafios são muitos para esses jovens missionários, leigos e solteiros.
Além das longas distâncias, precisam se adaptar a uma rotina que não estão acostumados.
De vários lugares do país, tiveram que adotar novos costumes, como dormir em rede. E a conviver com as diferenças.
“Um dos grandes desafios da missão é esse”, afirma um deles.
Às vezes até entender o outro pode ser um problema. O pão francês, por exemplo, acaba dentro de casa tomando vários nomes. Em Manaus é o massa grossa. No Paraná é francês. Em Sergipe é conhecido por Jacó. Em breves, é o pão careca. Na Bahia é o pão cacetinho. Em Brasília é pão de sal.
Cada um com seus caprichos. Jéssica Amorim, guia turístico, não abre mão da vaidade, nem no forte calor amazônico. O mais difícil foi mesmo enfrentar o medo da água. Ela, como a maioria do grupo, não sabe nadar.
“No inicio quem vai nas primeiras vezes sente medo , da rabetinha virar, mas a medida que a gente vai pelos rios, vê as aves, as árvores, a gente vai esquecendo esse medo”, afirma a jovem.
Os missionários moram em uma casa, na cidade de Breves, distante 14 horas de viagem de Belém. Homens e mulheres dividem o mesmo teto em uma fraternidade, todos assumiram o compromisso da castidade.
Mas para o Salomão Ronaldo, coordenador, o mais difícil tem sido o clima. Ele chegou com 26 anos, já está com 29 e o paranaense ainda não se acostumou com o calor,
“Eu sou criado no sul, no frio e aqui para mim, todos ambientes, todos os horários são muito quentes”, diz o funcionário público Salomão.
Johnatan Pereira, de 27 anos, só vê a namorada Érica nas fotografias que guarda perto da cama. “Tem que fazer renuncias. Abrir mão”, afirma.
Eles não se vêem há mais de um ano. Saudade? Ciúme? “Antes de ser namorado, fomos bons amigos, nos conhecemos bem, sabemos como o outro convive. Então não rola o ciúme”, garante o farmacêutico Johnatan.
Um dos projetos da missão fica em uma casa de madeira, simples, colorida. Lá, é possível encontrar telhas pintadas com imagens religiosas. Resultado da oficina de artesanato que acontece no local três vezes por semana. Mulheres jovens aprendem a fabricar objetos com madeira e sementes da região que acabam virando fonte de renda para essas famílias.
Guia de turismo em Sergipe, Jéssica abandonou o trabalho para atuar na missão. E tenta explicar porque largou uma carreira promissora para receber cerca de R$ 200 como ajuda de custo.
“É um despertar que vem no coração, um chamado de Deus para você fazer algo mais. Daí surgiu o chamado, a missão, a ser missionária”, explica Jéssica Amorim.
Quando a missão se estabeleceu no local há cinco anos, construiu inicialmente um barracão, onde foram realizadas as primeiras celebrações e missas. Aos poucos o trabalho deles, na cidade Nova Dois, um dos bairros mais carentes de Breves, foi crescendo com doações do mundo todo até da Espanha e da Argentina, construíram um templo maior de madeira, a capela de São José Operário.
No local, funciona o projeto Anjo da Guarda. São 150 crianças mantidas por doações do Brasil inteiro.
“Ver todo o abandono, o esquecimento que se gera em torno da comunidade, dessas crianças, dessa juventude, é o que nos move estar em missão”, afirma um homem.
O sopão preparado por mulheres da comunidade é a única refeição do dia para muitos desses meninos e meninas. As crianças levam baldes pesados de água tratada para casa. O pequeno Genivaldo, de 9 anos, tenta usar a bicicleta e quase leva um tombo.
Muitas das famílias visitadas pela missão moram em palafitas. Lá não tem água potável, luz elétrica ou saneamento e para chegar até a casa da Dona Maria, tem que andar por uma ponte de madeira estreita, conhecida como trapiche.
A caminhada é difícil e demorada até a casa de Dona Maria, à beira do igarapé. Dona Maria abandonou o barraco onde morava, porque estava prestes a desabar. Ela recebeu uma casa nova, com ajuda dos missionários e doações do Canadá. Na cozinha uma coleção de panelas, vazias. 
“Hoje eu não vou almoçar nada. Só quando meu marido chegar, umas 20h, que ele vem chegar e que ele vem trazer nossa comidinha”, afirma.
Hoje ela recebe todo tipo orientação dos missionários. Até para enfrentar o vizinho que tenta tomar a casa nova na Justiça.
E no meio de todas essas dificuldades enfrentadas por Dona Maria foi a Jaciane, de 12 anos, que tomou a iniciativa de procurar a missão para tentar resolver o problema da mãe dela.  “Eu fui procurar a missão, falei com os missionários e aí vieram aqui atrás da minha mãe e de lá foi lá na Justiça pedir uma audiência para ajudar minha mãe”, lembra.
Em tempos de internet, de telefone celular, a rádio continua sendo o meio mais eficiente para falar com as pessoas que moram na Amazônia.
Rádio Santana AM, 24 horas de programação religiosa. No estúdio, eles cantam e dançam como se estivessem na igreja.
Próxima missão: capelinha da Santíssima Trindade, a seis horas de navegação de Breves. O domingo começa agitado. As famílias chegam para participar de um evento raro, que acontece apenas algumas vezes por ano. Ribeirinhos como o Vanilson, fazem um esforço maior para chegar no local. Na capela, que fica lotada, os ribeirinhos cantam e fazem coreografias. Uma celebração da palavra liderada pelos missionários.
No final, todos vão para o cais. E entre chegadas e partidas, missionários e ribeirinhos vivem em comunhão com Deus e com a natureza.
Fonte:Globo.com

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Ex-dependente químico conta como a fé ajudou na transformação em sua vida

Marcos Otávio Júnior gosta de correr, e malha todo dia. Para ele, só a fé explica a transformação que viveu nos últimos cinco anos.







Marcos Otávio Júnior gosta de correr, e malha todo dia. Como bom cearense, não perde um forró. Aos 21 anos, é um jovem saudável, que tem também um lado místico, religioso. Para ele, só a fé explica a transformação que viveu nos últimos cinco anos. Uma história de superação.
A infância foi difícil. “Meu pai foi alcoólatra durante 24 anos. Ele sempre me amou, mas quando ele começou a beber ele se transformava em outro homem”, conta.
Marcos começou a beber aos 12. Virou dependente químico. “Vários tipos de drogas, como maconha, busquei na cocaína, LSD, balas, doces e demais outras drogas também”, lembra.
Marcos conta que na adolescência chegou a liderar uma gangue de quase 100 jovens que promovia brigas, fazia arruaça e usava drogas nas ruas de Fortaleza. Uma praça era o lugar onde eles planejavam atos de violência contra grupos rivais. A praça era o ponto de encontro dessa turma.
“Certa vez tinha a maior galera. A gente ia fazer confusão lá em cima do shopping”, conta Carlison Fernandes, que estava sempre com Marcos. “No decorrer do tempo a gente começou a se envolver com coisa mais pesadas, como a criminalidade”, lembra.
Até que um dia Marcos foi perseguido por uma gangue rival. Ele mostra o lugar onde quase morreu. “Quando eu cai no chão eu coloquei as duas mãos sobre a cabeça, eles começaram a gritar: ‘Você vai morrer, vou te matar’, pulando em cima da minha cabeça, me chutando. Eu desmaiei no chão e acordei apanhando, só parei de apanhar quando apareceu um policial, puxou um revólver e dispersou a multidão”, conta.
Alguns amigos daquela gangue tiveram final trágico. “Uns conheceram a prisão, outros morreram. Esse final poderia ter sido meu ou dele”, diz Marcos.
Marcos frequenta hoje o Movimento Shalom, uma comunidade da igreja que reúne milhares de jovens. “Eu fiz um compromisso com Deus, de tanto jovens que eu levei para o mundo, eu vou levar muito mais para Deus até o fim da minha vida”, revela.
Foi em um retiro entre jovens da igreja onde sua vida começou a mudar. “Eu pensava ‘homem não chora’. Eu chorava que nem criança naquele dia. Quando eu chorava, chorava eu me sentia muito livre, sentia uma paz no meu coração como eu nunca tinha me sentido antes”, lembra.
Uma vez por semana ele orienta jovens que viveram a mesma experiência dele. Todos têm histórias parecidas. “Eu me espelhava no bandido mais velho, achava aquilo bonito, queria ser igual a eles, porque eles têm tudo: carro, grana, mulher. Eu achava aquilo bonito”, conta o estudante Jhonatan Gabriel.
Em uma chácara, na periferia de Fortaleza, Marcos conta sua história e tenta trazer uma palavra de esperança para um grupo de dependentes químicos. “Eu estava no fundo do poço, quem já chegou ao fundo do poço aqui? Pode levantar a mão”, pede.
É o projeto ‘Volta Israel’, que reúne jovens, alguns menores, que tentam se livrar das drogas. Ele lê trechos bíblia e todos rezam juntos. “Hoje eu sou esse Marcos. Estou disposto a consumir meus dias, gastar minha juventude para que outros jovens possam conhecer a Deus, conhecer a esperança na vida deles. Não vejo como sonho ambicioso, porque eu tenho a Deus e meu Deus é o Deus do impossível”, afirma.
Fonte: Globo.com

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Vaticano: Papa pede aos católicos que participem na Missa dominical

Audiência semanal marcada por apelo à solidariedade para populações atingidas por chuvas fortes na Itália

CTV
Cidade do Vaticano – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que os católicos devem valorizar a participação na Missa dominical, como fonte de comunhão com Deus e entre a comunidade.
“Caros amigos, nunca agradeceremos o suficiente ao Senhor pelo dom que ele nos deu com a Eucaristia. É um dom tão grande e por isso é tão importante ir à Missa no domingo, ir à Missa não só para rezar, mas para receber a Comunhão, este pão que é o corpo de Jesus Cristo, que nos salva, que nos perdoa, que nos une ao Pai. É bonito fazer isto”, afirmou, na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
A catequese foi dedicada ao Sacramento da Eucaristia, encerrando a reflexão das últimas semanas dedicada à “iniciação cristã”.
“Todos os domingos vamos à Missa porque é precisamente o dia da ressurreição do Senhor, por isso é que o domingo é tão importante para nós. Com a Eucaristia sentimos esta pertença à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo”, declarou o Papa.
Francisco sublinhou que há um “valor e riqueza” na Eucaristia que “nunca se acaba de compreender”.
“Peçamos a Jesus que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a plasmar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai”, acrescentou.
A intervenção recordou a importância de uma boa preparação das crianças “para a Primeira Comunhão”, pedindo que ninguém “deixe de a fazer”, porque é o “primeiro passo desta pertença a Jesus Cristo”.
O Papa recordou depois as vítimas da chuva intensa que nos últimos provocou inundações em várias partes da Itália.
“Deixo um pensamento especial a tantas pessoas, nossos irmãos e irmãs, que sofrem por causa da muita chuva, na zona da Toscânia e aqui em Roma. Rezemos todos e estejamos próximos, com o nosso esforço, com a nossa solidariedade e com o nosso amor”, disse.
Por causa da chuva, os doentes que habitualmente se reúnem na Praça de São Pedro junto do Papa foram hoje colocadas na sala Paulo VI e cumprimentadas por Francisco antes da audiência pública.
Francisco apresentou uma reflexão teológica sobre o sentido da celebração eucarística, “bem mais do que um simples banquete”.
“É o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. Memorial não significa apenas recordação, mas quer dizer que cada vez que celebramos este Sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo”, precisou.
O Papa deixou o tradicional cumprimento aos peregrinos de língua portuguesa, desejando-lhe que cresçam cada vez mais “no amor e na adoração da Eucaristia”.
A audiência concluiu-se com a evocação da festa litúrgica de Santa Águeda, virgem e mártir que terá morrido na perseguição de Décio (século III), sujo culto se propagou desde a antiguidade.
Francisco recordou a sua “virtude heroica”, deixando votos de que esta figura ajude os mais novos a “compreender a importância da pureza e da virgindade”.


Fonte: Agência Eclésia 

Pai e filho serão ordenados sacerdotes nos Estados Unidos

WALSINGHAM - Em um acontecimento pouco comum na  Igreja  Católica, pai e filho serão ordenados sacerdotes nos Estados Unidos....