sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Brasil: Desemprego no país permanece em nível recorde


Em um ano, mais 3,3 milhões procuraram e não encontraram trabalho.
Desempregados buscam sobrevivência em abrigos e refeições a R$1 

Do mês de março até maio, a taxa de desemprego no Brasil se manteve em nível recorde. No período de um ano, mais 3,3 milhões trabalhadores passaram a enfrentar as agruras de estar sem ocupação.
No restaurante popular, a maioria conhece as durezas da vida de longo tempo, aliviadas pela refeição que custa apenas R$ 1. Agora tem a companhia de novatos. Danielle e Mário Sérgio são técnicos em radiologia. Ele perdeu o emprego há três meses. Ela nunca conseguiu emprego desde que concluiu o curso. 
“É difícil arrumar emprego, ainda mais tendo criança. Não está sendo fácil não”, diz Danielle de Oliveira.
Pedro há oito meses busca emprego. Até na fila da comida. O papel que ele entregou ao atendente é o currículo.
Hoje você já fez alguma refeição?
Essa é a primeira.
Vai jantar?
Se tiver em casa vou jantar, se não tiver, dormir com fome
A Igreja de São Francisco, no centro de  São Paulo, distribuiu lanche de graça para quem vive na rua ou em abrigos, e também tem recém-chegados.
“Os patrões falaram: ‘Não dá para manter’. E foram dois funcionários mandados embora. Eu fui um desses dois”, diz Guilherme Rodrigues de Moraes.
“O perfil hoje, é o número significativo de pessoas que vieram do mercado de trabalho, perderam o emprego. Consequentemente, perde moradia, e aí literalmente vai para rua”, explica o frade franciscano José Francisco dos Santos.
Um teto e um cobertor contra o frio. Os que tentam voltar ao mercado de trabalho esperam que abrigos sejam alívios temporários, mas eles enfrentam uma dificuldade para conseguir um emprego. Falta uma informação essencial no currículo: o endereço.
É difícil concorrer com quem está desempregado, mas tem residência fixa.

“Já fui operador de caixa, assistente de vendas e atendente de restaurante. Não consigo emprego, já entreguei na cidade toda. Estou morando no albergue, e não estou conseguindo”, disse Paulo Maykel Martins.
Jéferson perdeu o emprego quando Luciana estava grávida.
“Eles contrataram pra trabalhar no fim do ano, passou o fim do ano e mandaram embora”, conta Jéferson Batista Jesus dos Santos.
Ela trabalhava e está em licença-maternidade. É isso que sustenta a família. Enquanto pegam o lanche, sonham com o dia em que, para criar Anderson, 11 dias de idade, não dependerão mais da caridade alheia.
Fonte Jornal Nacional

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